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domingo, 23 de outubro de 2011

Salto Ornamental

História do salto ornamental:
A história dos saltos ornamentais tem origem na Grécia Antiga, praticada pelas comunidades litorâneas cujos habitantes pulavam de rochedos, mergulhando para o fundo das águas. Naquela época, apenas entrar no mar para banhar-se não era mais divertimento. Era preciso emoção, barulho, mudança na forma calma de sempre. Para isso, começaram a se jogar, mergulhar, ir até o fundo, subir em pedras e barrancos na busca de uma plataforma, chegar até as galhadas das árvores para se impulsionar ainda mais alto, e assim tornar o simples ato de entrar na água uma diversão de fato. Recreativa, supõe-se que, sob a luz dos indícios arqueológicos, esta brincadeira passou a ser preparatória quando migrou para o norte da Europa, no século XVII, ao que suecos e alemães passaram a utilizar desta prática para treinar a ginástica, já que em ambos os países este esporte era bastante popular tanto como forma de expressão, quanto como preparação militar. Durante os verões europeus, a aparelhagem dos ginastas era transportada à praia e montada em altas plataformas ou píeres, visando a realização de seus movimentos acima da água. Entre os aparelhos utilizados o mais importante foi o trampolim, que impulsionava os atletas ao salto, não somente à queda.

Aos poucos, o que era apenas um exercício de ginástica começou a se tornar verdadeiramente um esporte, que teve, em 1871, a primeira competição documentada realizada: um torneio no qual os atletas saltavam de uma ponte, na cidade de Londres, Inglaterra.Foi lá que, no século XIX, o esporte ganhou o padrão moderno de disputas, tendo como precursoras das competições regulamentadas, as provas em lagos turvos cheios de bandos de patos. Como consequências desse início despreparado, os saltadores, que nem sempre conheciam a profundidade das águas, por vezes traziam lixo depositado no fundo ou se machucavam gravemente. Adiante, durante os verões desse mesmo século, os ginastas suecos e alemães passaram a apresentar seus saltos e acrobacias nas águas rasas do mar sob o olhar atento das plateias, que apreciavam a chamada ginástica ornamental.Ao redor da Europa, as primeiras disputas foram em provas de plataforma. Levado aos Estados Unidos já em forma de esporte, começou a ser realizado no trampolim.

Arvid Spangberg, medalhista de bronze na prova da plataforma alta em 1908.Em 1901, foi fundada a Associação Amadora de Saltos, o que deu definitivamente um caráter esportivo à brincadeira do passado.Com regras internacionais descritas pelos países fundadores da Federação Internacional de Natação (chamada FINA), a prova de saltos foi incluída nos Jogos Olímpicos de Saint Louis, no ano de 1904,em uma disputa cujo objetivo era nadar o maior tempo possível submerso na água após o mergulho. Como não despertou o interesse do público, que não conseguia acompanhar o desempenho dos atletas, este evento ficou de fora de edição seguinte e acabou eliminado das demais. Em 1908, de fato regidos pela FINA, fundada em 19 de julho de 1908, os saltos ornamentais foram disputados nos Jogos de Londres como são modernamente conhecidos, embora apenas os homens tivessem o direito de participar. As modalidades disputadas foram a plataforma e o trampolim de três metros, cujos primeiros campeões foram o alemão Albert Zürner, vencedor do trampolim, e o sueco Hjalmar Johansson, medalhista de ouro na plataforma alta. Quatro anos mais tarde, foi a vez da estreia feminina, nas Olimpíadas de Estocolmo, com a disputa da plataforma, que teve como vitoriosa a sueca Margareta Johanson. Em decorrência da realização da Primeira Guerra Mundial, as mulheres só estrearam no trampolim em 1920, na edição belga dos Jogos.Essa edição foi ainda marcada pela mudança nas regras: anteriormente, por ver-se a dificuldade das rotações devido a saída ereta, foi permitido aos atletas dobrarem seus joelhos para se lançarem, como faziam os amadores na antiga Grécia. Devido a essa atitude, começaram então a surgirem vários novos movimentos e saídas. Em 1973, ganharam o primeiro campeonato mundial dedicado ao esporte.

La tomba del tuffatore, datado de 480 a.C na Grécia antiga e encontrado no ano de 1968.Com o passar dos anos o desporto foi se modernizando, conquistando adeptos, melhorando as técnicas de saltos e de segurança e nos anos 2000 ganharam as provas olímpicas sincronizadas, tanto no trampolim quanto na plataforma. Em 2008, sua popularidade fez lotar os ginásios para as disputas do pré-olímpico de Pequim.[8] Culturalmente, os saltos ornamentais estão presentes na vida das pessoas desde que tornou-se um meio de divertimento, fosse em um lago fosse em um clube. A obra mais antiga em relação a esta prática chama-se "O túmulo do mergulhador", em italiano: La tomba del tuffatore, e conta com um conjunto de imagens, entre as quais aparece a de um homem nú lançando-se à água de uma estrutura construída e não natural, como as árvores ou penhascos. A obra como um todo reunia uma série de chapas nas paredes internas de um túmulo e o saltador representava a passagem entre a vida e a morte.Mais perto da era moderna, os saltos se aproximaram da cultura esportiva de países como os Estados Unidos, nos quais contam com escolas de ensino e campeonatos regionais, além de divulgar os benefícios da prática, principalmente para as crianças, promovendo um ambiente social e o estímulo ao exercício.Na Alemanha, um dos primeiros países a desenvolver os saltos, foi promovido um campeonato mundial que, além de divulgar o esporte, inova, pois é também uma fonte de divertimento, remontando ao passado inicial: os chamados saltos malucos, totalmente fora das técnicas do desporto, possuem, inclusive, regras próprias e uma mesa com seis jurados.

Não somente na pintura e na divertida competição figuram os saltos ornamentais. Em 1990, foi lançado o filme norte-americano Diving In, contando a história de um jovem que precisava dominar o medo de saltar da plataforma para fazer parte da equipe da escola e competir. Quase vinte anos depois, em 2008, foi rodado no Japão um outro filme, cuja base era também este esporte: Dive!! contou a história de um jovem que, fascinado por um ex-atleta, foi treinar no clube que ele abriu. Lá, descobriu que a escola estava falindo e que só a formação de um atleta olímpico era capaz de reergue-lo.Além disso, os saltos aparecem ainda na publicação da FINA, a Aquatics World Magazine, junto aos demais esportes aquáticos.

Regras:

Tais regras ainda estipulam os tamanhos oficiais das plataformas, trampolins e piscinas usados nos eventos, e a idade mínima de quatorze anos para competidores da elite sênior disputarem seus eventos internacionais.

Em competições oficiais, os saltos obrigatórios são divididos em duas categorias: com e sem limite de grau de dificuldade. Cada atleta então deve saltar cinco vezes do trampolim, saltos estes com limite de grau de dificuldade. Na plataforma, são quatro. Em saltos sem limite de dificuldade executados do trampolim, as mulheres apresentam cinco variantes e os homens, seis. Na plataforma, os homens saltam seis vezes e as mulheres, quatro. O mesmo tipo de salto não pode ser repetido.

Uma competição se inicia com o sorteio dos saltos antes das apresentações preliminares. Nesta primeira fase, os saltadores definem sua classificação para as semi-finais, cuja ordem de apresentação é inversa a da qualificatória, ou seja, o saltador com a pior nota será o primeiro desta etapa. O mesmo esquema será utilizado para a final, cuja menor nota definirá o iniciante da última fase.

Em vias gerais, alguns detalhes são fundamentais para que um salto seja considerado bom. São eles: as passadas no trampolim ou na plataforma, o pulo para a ponta, a altura da saída, a precisão do salto, a entrada na água, e, para os casos das duplas, o sincronismo preciso em todas as fases do salto. Todas essas partes são julgadas em conjunto. O momento de saída deve mostrar controle e balanço. A altura que o saltador atinge é importante, pois significa mais tempo para a execução. Quanto maior a altura, maior a possibilidade de trabalhar a exatidão e a suavidade dos movimentos. A execução do salto envolve performance mecânica e técnica, mas também leveza e graça. A entrada na água é o último item que o juiz avalia. Nessa etapa, são considerados o ângulo de entrada, que deve ser de 90º entre o corpo do saltador e a linha da água, e a quantidade de líquido que espirra, já que, quanto menos água espalhar, mais reta foi sua chegada, ou seja, sua área de contato foi a menor possível.

Julgamento do salto:

Aproximação: deve ser forte e suave ao mesmo tempo, o que demonstra bom controle e uma boa forma.
Partida: também deve mostrar controle e equilíbrio, além do ângulo correto de partida para o tipo de salto adotado.
Elevação: o impulso e a altura que o atleta atingem são muito importantes. Um salto mais alto significa maior tempo de movimento.
Execução: é o mais importante, já que é a acrobacia em si. O juiz observa a performance mecânica, técnica, forma e graça do desempenho.
Entrada: a chegada na água é muito significativa pois é a última coisa que o juiz vê. Os dois critérios a serem avaliados são o ângulo de entrada, que deve ser próximo ao vertical, e a quantidade de água espalhada, que deve ser a mínima possível.
Após cada salto o árbitro faz um sinal aos juízes com um apito. Os juízes, que não se comunicam uns com os outros, imediatamente mostram suas notas. Um salto é cotado entre zero e dez pontos, com um ponto ou menos colocado por cada juiz. A lista das notas e seus significados é a seguinte: 0 – Completo fracasso < 0,5 - 2 - Insatisfatório < 2,5 – 4,5 - Deficiente < 5 - 6 - Satisfatório < 6,5 - 8 - Bom < 8,5 - 10 – Muito bom. Depois de apresentadas as notas, a mais alta e a mais baixa são eliminadas. O restante é somado e multiplicado pelo grau de dificuldade do salto, que gira entre 1,2 e 3,8, definido sempre antes do início da apresentação do atleta. O julgamento então é feito da seguinte forma: supondo que um saltador tenha sua nota de partida (seu grau de dificuldade de movimento) avaliada em 2,0 e tire 6,0, 5,0, 5,0, 5,0, 5,0, 5,0, 4,0 em sua execução. Disso, retiram-se as notas mais baixa e mais alta, o que gera um resultado parcial de 25,0. Então, pega-se a nota de execução e multiplica-a pela nota de partida para se chegar ao resultado final, que neste exemplo é de 50,0.

Curiosidades:
•A disputa de saltos ornamentais sincronizados foi incluída no programa das Olimpíadas apenas na edição de 2000, em Sydney, na Austrália.

•A saltadora Juliana Veloso, maior nome da história do esporte no país com três medalhas em Jogos Pan-Americanos, já admitiu à imprensa ter fraturado mais de 20 ossos durante treinamentos de saltos ornamentais.

Juliana Veloso

•Atualmente, a grande força do esporte mundial é a China. Dos oito ouros distribuídos nas Olimpíadas de 2004, em Atenas, na Grécia, os asiáticos levaram seis. Os donos da casa e a Austrália ficaram com as outras duas. Em Pequim, a China ganhou nada menos do que sete das oito provas disputadas.

•A medalhista de ouro olímpica mais jovem de toda a história é atleta de saltos ornamentais. A norte-americana Marjorie Gestring venceu a prova de trampolim em 1936, em Berlim, na Alemanha, quando tinha apenas 13 anos.

•Não é incomum que alguns atletas errem seus saltos e se choquem contra o próprio trampolim. No Mundial de Esportes Aquáticos, disputado em Montreal, em 2005, a norte-americana Chelsea Davis bateu a cabeça no trampolim e caiu inconsciente na piscina. Amparada pelos médicos, ela se recuperou e não teve seqüelas. Entre os casos do gênero, contudo, o mais notável é o do também norte-americano Greg Louganis. Nos Jogos de 1988, em Seul, na Coréia do Sul, ele bateu a cabeça durante as eliminatórias do trampolim de 3 m, assustando todos os espectadores. Apesar do trauma, Greg também se recuperou, voltou à competição e conquistou a medalha de ouro.

Informações  e imagens retiradas dos sites:Wikipédia e How Stuff works

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